Resenha: Cidade dos Ossos

Antes de tudo tenha em mente: Estamos falando de um “Young-Adults Book”.

Quando vi o título saltando para mim no Submarino, fiquei super-interessada, porém, após ter ganho o 1° e o 2° volume, eu fui ler algumas resenhas que fizeram em blogs por aí e admito que fiquei com medo.

                Pelo que li nas resenhas, eu fiquei com medo de encontrar a historinha clichê de um triangulo amoroso de adolescentes de 15 anos com umas aventuras fantasiosas no meio.

                Mas posso dizer, esse livro pode ser definido como: SURPREENDENTE!

                O livro começa meio esquisito (ao menos para a minha visão de mundo), Clary- a garota filha única com pai falecido e mãe super-protetora-  está indo à uma balada com o melhor amigo de infância Simon. O nome da boate é Pandemônio.

                A boate gera estranhamento à minha pessoal, pois lá as pessoas se vestem numa mistura de Punk com Restart, mas afora isso é bastante interessante.

                Dentro da boate, Clary fica de olho num carinha de cabelo azul, porém ele logo se interessa por uma outra moça, muito bonita de pele branca e cabelos pretos.

                De olho nos dois, Clary vê que eles se encaminham para um quartinho de manutenção,”para dar uns amassos” segundo Clary. No entanto, ela vê de relance, dois garotos vestidos de preto e segurando uma faca que seguem o casal pela multidão. Alarmada, ela pede que Simon busque os seguranças, e parte atrás do grupo.

                Ao entrar no cômodo, Clary se vê assistindo à um assassinato, o garoto de cabelo azul está amarrado a um pilar, a garota de cabelo preto segura uma espécie de chicote na mão, e os outros dois garotos vestidos de preto estão segurando estranhas adagas semi-transparentes.

                Os três que estão portanto armas, têm estranhas marcas na pele, como se fossem símbolos tatuados delicadamente por todo o corpo.

                O garoto de cabelo azul é um demônio, a garota se chama Isabelle, e os outros dois garotos são Alec e Jace.

                Clary, sem entender nada acaba interrompendo o  assassinato o que acaba em confusão, com o demônio quase escapando e Jace meio rasgado...

                De repente entram no recinto Simon com os dois guardas. Ela percebe que eles não estão enxergando nenhum nos ocupantes do lugar. Para não parecer louca, ela finge que o lugar está vazio e sai de fininho de lá junto com Simon.

                Achando que ficou louca, Clary não fala com ninguém sobre isso. O problema é que no dia seguinte a mãe dela é seqüestrada e ela é atacada por um demônio. Sem entender nada do que está acontecendo, Clary acorda três dias depois num lugar completamente desconhecido chamado Instituto.

                Sua vida nunca mais será a mesma.

               

                O livro é fantástico, Cassandra criou um mundo paralelo que coexiste em nossa dimensão, chamado de Submundo. Assim, ao lado dos homens e das crianças, fadas passeiam pelo central park, vampiros habitam hotéis abandonados e uma alcatéia de lobisomens moram numa antiga prisão disfarçada de Delivery de Comida Chinesa na conhecida Chinatown.

                A criatividade da autora é espetacular,  o livro é cheio de reviravoltas e grandes revelações, prendendo a atenção do leitor até o fim.

                Por incrível que pareça o foco do livro não é o triângulo amoroso existente, embora isso dê certo charme tradicional na história (que não tem mta coisa de tradicional).

                É um livro divertido e escrito num ritmo constante e rápido.

                Mas aviso desde já – e isso pode ser positivo ou não – o livro parte do ponto de vista que Clary têm de tudo, por tanto, é o ponto de vista de uma garota de 15 anos.

                Por outro lado, Clary não é exatamente comum, afinal ela adora pintar, desenhar, ler, pensa em imagens e não em palavras e é meio Nerd. Afinal que tipo de pessoa dá de presente a outra dados para pôr no pára-brisa do carro, pois eles lembram os Dados que o Han Solo tem na Millenium Falcon???

                Essa é a Clary.

                Pontos Positivos do livro: A História é muito bem fundamentada, a autora criou um mundo novo totalmente estruturado, com governo centralizado, classes sociais,diferentes  espécies, história própria, política, grupos rebeldes, revoluções, etc.

                As personagens fogem um pouco do padrão “adolescente-apaixonado-pelo-super-herói” e são mais realistas, com conflitos pessoais e típica energia jovem. E o melhor desse livro. Tudo que vc pensou que poderia acontecer no final... não acontece. Tudo fica diferente de uma forma inesperada. Ótima, porém inesperada.

                Pontos Negativos do livro: Achei que a escritora poderia ter explorado melhor esse mundo tão rico que ela criou. Ela se preocupou em manter a história em ambientes “mundanos” de forma que todo o mundo que ela criou ficou meio deixado de lado. Talvez ela explore isso melhor nos próximos volumes (espero!).

                Outro ponto negativo: a meu ver a história ficaria muito mais interessante se as personagens fossem uns 3 anos mais velhos, pois com a idade atual (15-16 anos), às vezes o olhar que elas têm sobre algumas situações são tão óbvios ou infantis que tornam alguns trechos bastante previsíveis.

                Em fim, fiquei bastante impressionada, pois eu esperava bem menos. E estou louquinha para ler o próximo livro da série "Instrumentos Mortais": Cidade das Cinzas.