quarta-feira, 21 de março de 2012

Resenha: Orgulho e Preconceito - Jane Austen


Capa do filme Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice).
   Nome: Orgulho e Preconceito
   Autor: Jane Austen
   Editora: Martin Claret
   Páginas: 304            

    Obra alegremente virtuosa faz com que o leitor mergulhe num universo em geral desconhecido , o das mulheres inglesas do final do Século XVIII.
                O estilo leve de escrita faz com que a história pareça superficial, e o tema, agradável por conveniência, sugere que tudo é, e sempre estará, perfeito, mas não se passa dessa forma.
                A narração é um reflexo límpido das exigências comportamentais da época, em que as aparências se sobrepunham à verdade interior, no entanto, o brilhantismo de Jane Austen é tanto que ao invés de mascarar o sentimento das personagens, ela o expõe de forma nua, utilizando-se principalmente de uma sutil e perspicaz ironia e de muito sarcasmo.
                Tal sarcasmo e ironia se devem, sobretudo, á personagem  principal Elizabeth Bennet, que é muito inteligente, alegre e tem um talento perfeito para a petulância  e a inconveniência.
                Os demais personagens são profundamente apresentados através de suas aparências e dos olhos de nossa querida Lizzie, de tal forma que somos levados a aceitar o mundo da forma que a personagem o apresenta e, considerando o espírito delicioso da personagem em questão, não é um problema.
                Quanto à história contada, ela é simples, cotidiana, é sobre uma família de classe média da Inglaterra do século XVIII, que vive em um pequeno condado onde todos se conhecem e são amáveis.
                A família é composta pelo Pai, Sr. Bennet, que é sarcástico e resignado, pela mãe,  Sra. Bennet, que é uma casamenteira sem escrúpulos, e das 5 filhas, Jane (inocente e de bom coração), Elizabeth (irônica e inteligente), Mary (arrogante e prepotente), Kitty (irritada e oferecida) e Lydia (fútil e selvagem).



As 5 irmâs Bennet.
                Toda a história começa quando chega à cidade um solteiro rico chamado Bingley e seu melhor amigo, e ainda mais rico, Sr. Darcy.
                Diante de tal oportunidade a Sra. Bennet não poderia deixar de apresentar suas filhas ao, que ela espera que seja,  futuro marido de uma delas...

                Tal enredo permite que se observe como o Orgulho pode deturpar relações sociais e como o Preconceito pode destruir sentimentos nobres ( dentre eles o Amor), permite também perceber a hipocrisia geral que acomete a sociedade e a falta de delicadeza em se submeter os sentimentos mais íntimos às conveniências comportamentais que buscam exatamente mostrar a almejada  “delicadeza de espírito”.
                Além disso, a história nos diverte com sutilezas que brilham em meio à hipocrisia como as estrelas brilham em noite de chuva, pois de tudo, o mais delicioso é a arte de Jane Austen em transformar o ordinário em algo belo, emocionante e divertido.

3 comentários:

Marina Risther Razzo disse...

Você sabia que "Orgulho e Preconceito" é considerado o 4º melhor livro de todos os tempos?? E você sabia que fizeram uma enquete com os britânicos perguntando qual era o melhor autor inglês da história, e a vencedora foi Jane Austen?
Pois é... tamanho prestígio não é a toa ;)

otima resenha ;****

Paula Montanari disse...

Uma história tão brilhante, com uma critica social tão intensa e escondida nas linhas do sarcasmo da Lizzie que podemos dizer que Jane Austin foi uma mulher a frente do seu tempo...como admiro ela!

Parabens pela resenha linda!

Ágata Bresil disse...

Estou infinitamente agradecida pelo seu comentário lá no blog. Poxa, você me fez tantos elogios mas quem deveria elogiar sou eu, a sua resenha, para mim, parece mesmo profissional e acho que você é uma das melhores resenhistas que eu já vi. Estou muito honrada por ter recebido um elogio de alguém como você, muito mesmo. É claro que estou seguindo aqui e sempre estarei aqui para conferir seus posts... e no seu blog com suas amigas tb.

Beijos. Tudo Tem Refrão

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